Se você pensa que investir em sustentabilidade é possível apenas para grandes empresas que tenham faturamento alto e folga no orçamento, pensou errado. “Esta é uma cultura que está mudando aos poucos”, diz Rogério Gurgel, gerente do Itaú Empresas e consultor do Extreme Makeover. Segundo ele, a resistência dos pequenos empresários em adotar ações de sustentabilidade é resultado da impressão errada de que se trata de um gasto e não de um investimento e de que a empresa, por ser pequena, não causa impactos relevantes.
O Itaú, um dos parceiros do Extreme Makeover, foi um dos vencedores do Prêmio Época Empresa Verde 2011 graças ao conjunto de medidas que toma para amenizar seu impacto ambiental. Os cuidados vão desde a adaptação do isolamento térmico das janelas, para que seja usado menos ar condicionado, até o investimento em uma usina termoelétrica que gera energia a partir do lixo e é usada para abastecer a sede do banco, em São Paulo. O Itaú já foi eleito, inclusive, o Banco Mais Sustentável do Mundo, de acordo com um levantamento feito pelo Banco Mundial e o jornal britânico Financial Times.
Mas existe uma série de pequenas ações que qualquer empresa, independente do tamanho, pode implementar. “Empresas que adotam boas práticas de sustentabilidade estão um passo à frente quando surgem novas legislações”, pontua Gurgel, citando exemplos como a Lei dos Resíduos Sólidos, que foi promulgada no ano passado e começará a controlar as formas de descarte de lixo, e a proibição das sacolas plásticas, que passará a valer em São Paulo a partir de 2012 – e já vale em cidades como Belo Horizonte e Jundiaí.
Veja algumas dicas que podem ser adotadas na sua empresa:
• Sacolas - Para o consultor do Itaú, não é necessário esperar que a lei contra as sacolas plásticas passe a valer na sua cidade para deixar de usá-las. “Sacolas de papel ou de pano podem até ser usadas em ações de promoção da empresa”, afirma. Foi o que fez a loja de doces DeliCake, empresa participante da edição passada do Extreme Makeover: cada vez que o cliente trouxer de volta a sacola de papel que ganhou da loja recebe um desconto na compra de novos cupcakes.
• Lixo – Lixo tóxico não é apenas aquele que sai das grandes indústrias, contaminado por produtos químicos nocivos. Há uma série de outros produtos que também merecem cuidados especiais na hora do descarte, como pilhas, baterias, computadores, peças eletrônicas e lâmpadas fluorescentes. “Para as baterias e lixos eletrônicos já existem vários locais de coleta em diversas cidades, como pontos das prefeituras e supermercados”, diz Gurgel. “Em casos como o das lâmpadas, que são feitas com mercúrio, é necessário contratar empresas especializadas que fazem o recolhimento e dão o destino correto”, completa.
• Produtos - A sustentabilidade pode ser um grande diferencial para sua empresa. De preferência a produtos que poluam menos o meio ambiente e procure orientar seus clientes quanto ao descarte correto.
• Fornecedores – Antes de contratar um fornecedor, verifique se ele não utiliza mão de obra ilegal, se sua propriedade não está irregular e se sua atividade não prejudica, de alguma forma, a sociedade ou o ambiente. “Existe um risco de imagem, pois sua empresa pode ser associada a fornecedores que não cumprem a legislação ambiental ou trabalhista”, afirma Gurgel.
• Medidas básicas – Você deve praticar na empresa as mesmas ações que faz em em casa: separar o lixo reciclável, não deixar torneiras abertas, trocar as lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes, que gastam bem menos energia. Quem ganha é a própria empresa: tanto a conta de água quanto à de luz ficarão mais baratas.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negocios
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